Morre Hélio Oliveira, o “primeiro busólogo do Brasil” aos 57 anos
Projetista na Thamco, editor de uma das mais antigas revistas especializadas. Muita pesquisa e muita paixão pelos transportes foram marcas de sua trajetória
Por Adamo Bazani - jornalista especializado em transportes
Morreu na madrugada desta terça-feira, 08 de dezembro de 2020, o projetista, jornalista especializado e apaixonado por transportes, Hélio Luiz de Oliveira, aos 57 anos.
Hélio estava internado desde domingo na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, com um tumor na coluna.
Ao fazer uma sessão de hemodiálise teve parada cardíaca e não resistiu.
O velório será às 14h30 desta terça-feira (08), no cemitério do Araçá, na Consolação. Por causa das restrições impostas pela Covid-19, a cerimônia será por apenas uma hora, sendo necessário seguir os protocolos de segurança e distanciamento.
Atualmente editor da revista especializada In Bus, uma das mais tradicionais do segmento de ônibus, Hélio Luiz de Oliveira ficou conhecido por ser o “primeiro busólogo do Brasil”.
Segundo contava, o termo teria surgido quando ainda era projetista na encarroçadora de ônibus Thamco e foi um apelido dado para Hélio ainda em 1979.
Ele atuou na elaboração do famoso Thamco ODA, o ônibus de dois andares que ficou eternizado na memória de muitos paulistanos, fruto de uma exigência nos anos de 1980 do emblemático prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, e que compôs a frota da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, extinta empresa pública da cidade de São Paulo.
O apelido foi inventado pelos colegas de trabalho de Hélio, Orcars Pipers e Jean Dierckx: Bus – ônibus e logia – estudo, busologia – busólogo sendo o seu praticante, segundo contava.
Hélio, sempre sorridente, se classificava como um apaixonado.
“Por que a gente só fala de ônibus, hein?” – era frase corriqueira nos encontros de imprensa que ele participava.
Bem antes mesmo de tirar fotos de ônibus facilmente de um celular e ficar em longas horas debatendo sobre empresas e modelos nas redes sociais sem muito conhecimento ou pesquisa, paixão por transportes era algo menos egocêntrico e requeria estudo e dedicação que dificilmente se vê nos dias de hoje.
Com um grupo de amigos, em 1978, fundou o CDO –Clube do Design do Ônibus, um dos mais primeiros clubes de admiradores de ônibus do Brasil.
Para pesquisar sobre transportes e conseguir material, algo muito raro à época, era necessário escrever cartas para as fabricantes e empresas. Muitas destas correspondências eram para o exterior, escritas de próprio punho ou a máquina de escrever.
O CDO chegou a cadastrar 276 fabricantes de ônibus em todo o mundo.
Tanta pesquisa e conhecimento fizeram de Hélio uma referência, em especial da história do ônibus no Brasil e no mundo.
Já na era da informação digital, Helio criou grupos de Whatsapp para troca de informações e experiências sobre ônibus.
O mais famoso é o Buspress, que deu origem recentemente a visitas em empresas, encarroçadoras e montadoras.
Hélio também era figura presente quando o assunto era reportagem sobre “busologia” ou “paixão por ônibus”.
Assim, concedeu entrevistas para diversos veículos de comunicação, entre os quais o Diário do Transporte, e em 2018, foi um dos personagens do programa “Como Será?”, da TV Globo, juntamente com o consultor, Mário dos Santos Custódio; o garoto João Victor, que, cego, tem nos ônibus sua motivação, e com o jornalista editor do Diário do Transporte, Adamo Bazani.
O velório será às 14h30 desta terça-feira (08), no cemitério do Araçá, na Consolação. Por causa das restrições impostas pela Covid-19, a cerimônia será por apenas uma hora, sendo necessário seguir os protocolos de segurança e distanciamento.
Outra marca de Hélio eram as longas viagens de ônibus rodoviários feitas pela motivação de conhecer um pouco mais deste setor que, apesar de todas as lutas, controversas, disputas e dificuldades, também serve para se fazer muitos amigos.
Fonte: Diário do Transporte
Por Adamo Bazani - jornalista especializado em transportes
Morreu na madrugada desta terça-feira, 08 de dezembro de 2020, o projetista, jornalista especializado e apaixonado por transportes, Hélio Luiz de Oliveira, aos 57 anos.
Hélio estava internado desde domingo na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, com um tumor na coluna.
Ao fazer uma sessão de hemodiálise teve parada cardíaca e não resistiu.
O velório será às 14h30 desta terça-feira (08), no cemitério do Araçá, na Consolação. Por causa das restrições impostas pela Covid-19, a cerimônia será por apenas uma hora, sendo necessário seguir os protocolos de segurança e distanciamento.
Atualmente editor da revista especializada In Bus, uma das mais tradicionais do segmento de ônibus, Hélio Luiz de Oliveira ficou conhecido por ser o “primeiro busólogo do Brasil”.
Segundo contava, o termo teria surgido quando ainda era projetista na encarroçadora de ônibus Thamco e foi um apelido dado para Hélio ainda em 1979.
Ele atuou na elaboração do famoso Thamco ODA, o ônibus de dois andares que ficou eternizado na memória de muitos paulistanos, fruto de uma exigência nos anos de 1980 do emblemático prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, e que compôs a frota da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, extinta empresa pública da cidade de São Paulo.
O apelido foi inventado pelos colegas de trabalho de Hélio, Orcars Pipers e Jean Dierckx: Bus – ônibus e logia – estudo, busologia – busólogo sendo o seu praticante, segundo contava.
Hélio, sempre sorridente, se classificava como um apaixonado.
“Por que a gente só fala de ônibus, hein?” – era frase corriqueira nos encontros de imprensa que ele participava.
Bem antes mesmo de tirar fotos de ônibus facilmente de um celular e ficar em longas horas debatendo sobre empresas e modelos nas redes sociais sem muito conhecimento ou pesquisa, paixão por transportes era algo menos egocêntrico e requeria estudo e dedicação que dificilmente se vê nos dias de hoje.
Com um grupo de amigos, em 1978, fundou o CDO –Clube do Design do Ônibus, um dos mais primeiros clubes de admiradores de ônibus do Brasil.
Para pesquisar sobre transportes e conseguir material, algo muito raro à época, era necessário escrever cartas para as fabricantes e empresas. Muitas destas correspondências eram para o exterior, escritas de próprio punho ou a máquina de escrever.
O CDO chegou a cadastrar 276 fabricantes de ônibus em todo o mundo.
Tanta pesquisa e conhecimento fizeram de Hélio uma referência, em especial da história do ônibus no Brasil e no mundo.
Já na era da informação digital, Helio criou grupos de Whatsapp para troca de informações e experiências sobre ônibus.
O mais famoso é o Buspress, que deu origem recentemente a visitas em empresas, encarroçadoras e montadoras.
Hélio também era figura presente quando o assunto era reportagem sobre “busologia” ou “paixão por ônibus”.
Assim, concedeu entrevistas para diversos veículos de comunicação, entre os quais o Diário do Transporte, e em 2018, foi um dos personagens do programa “Como Será?”, da TV Globo, juntamente com o consultor, Mário dos Santos Custódio; o garoto João Victor, que, cego, tem nos ônibus sua motivação, e com o jornalista editor do Diário do Transporte, Adamo Bazani.
O velório será às 14h30 desta terça-feira (08), no cemitério do Araçá, na Consolação. Por causa das restrições impostas pela Covid-19, a cerimônia será por apenas uma hora, sendo necessário seguir os protocolos de segurança e distanciamento.
Outra marca de Hélio eram as longas viagens de ônibus rodoviários feitas pela motivação de conhecer um pouco mais deste setor que, apesar de todas as lutas, controversas, disputas e dificuldades, também serve para se fazer muitos amigos.
Fonte: Diário do Transporte
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