Deputado quer benefício fiscal para Caio e Irizar e faz pedido que afeta Marcopolo

Reunião com representante de Secretaria da Fazenda do Estado teve participação de representantes de encarroçadora

Por Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


Caio Apache Vip e Marcopolo Torino entre os urbanos mais vendidos de cada marca. Fotos: Adamo Bazani e Henrique Cavalcante

Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e representantes de empresas encarroçadoras de ônibus pressionam o governo estadual para que as empresas Caio e Irizar, situadas em Botucatu, no interior paulista, tenham benefícios fiscais.

Na última quinta-feira, 03 de março de 2016, o deputado estadual Fernando Cury se reuniu na Assembleia Legislativa com o assessor especial da Secretaria da Fazenda do Estado, Alexandre Roger Rodrigues de Almeida, para discutir o tema.

Estiveram presentes na reunião, o diretor da Caio Induscar, Luciano José Calonego, e o assessor jurídico da empresa, Marcelo dos Santos.

O deputado afirmou, em nota, que duas encarroçadoras têm demitido funcionários e que são vítimas também da Guerra Fiscal.

“Essas duas empresas estão sofrendo com a atual crise. Durante a minha campanha, em 2014, visitei a Caio e eles tinham 4.200 funcionários. Hoje, pouco mais de um ano e meio depois, esse número caiu para 2.900. A produção também caiu bruscamente. Antes, eram produzidos 40 carros por dia, hoje são produzidos 11 ônibus apenas”

O deputado também quer que o estado de São Paulo tome providências contra o estado do Rio de Janeiro ou que dê igualdade de condições para as encarroçadoras do Estado de São Paulo com desconto do ICMS –Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, mesmo que em caráter provisório, até que outra solução seja encontrada.

O pedido do deputado Fernando Cury afeta diretamente a Marcopolo, que tem sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Mas é no Rio de Janeiro que funciona a planta da Marcopolo que produz ônibus urbanos.

No mercado, a concorrência maior no segmento de ônibus urbanos é justamente entre a Caio e a Marcopolo. No segmento de ônibus urbanos mais simples, o Torino, da Marcopolo, briga com o Apache VIP, da Caio. Em relação aos urbanos de maior categoria, o embate é entre o Millennium BRT, da Caio, e o Viale, da Marcopolo.

De acordo com balanço da Fabus, que é a associação que representa as empresas encarroçadoras, em todo o ano de 2015, somente para o mercado interno, foram produzidos 9 mil 321 ônibus urbanos. A Caio Induscar produziu 3 mil 256 unidades e a Marcopolo Rio 2 mil 252. Juntas, as duas empresas produziram 5 mil 808 carrocerias de ônibus urbanos, o que representa 62,31% de todo este segmento.



Os números são expressivos. No ano passado, entre todos os segmentos de ônibus, o de urbanos representou 54,33% para o mercado interno.

O número não leva em consideração a produção de micro-ônibus, segmentos no qual Marcopolo e Caio também travam concorrência acirrada.

No Estado Rio de Janeiro, a Neobus, que tem participação da Marcopolo, possui fábrica de carrocerias de ônibus urbanos na cidade de Três Rios e na cidade de Resende, funciona a planta da MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus, que faz chassi e não concorre com as encarroçadoras.

Fonte: Blog Ponto de Ônibus