Sem acordo em reunião, 500 trabalhadores continuam com empregos ameaçados na Mercedes-Benz

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e fabricante de ônibus e caminhões não entraram em consenso. Nova reunião deve ocorrer na segunda-feira

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Chassi de ônibus na planta da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo.
Situação econômica do País trava vendas de ônibus e
caminhões: 500 empregos na unidade estão ameaçados. Foto: Adamo Bazani.
Quinhentos trabalhadores continuam ameaçados com a perda de emprego na unidade da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. A planta, que é a principal da montadora no Brasil, fabrica chassis de ônibus, caminhões, motores e câmbios.

Nesta quarta-feira, dia 20 de maio de 2015, representantes da empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não entraram em acordo em reunião para discutir o anúncio das demissões. Uma nova reunião deve ocorrer na segunda-feira, dia 25 de maio, mas o sindicato não descarta possibilidade de uma nova greve se não houver um entendimento neste próximo encontro.

A Mercedes-Benz anunciou no início desta semana que vai colocar 7 mil empregados de São Bernardo do Campo em férias coletivas a partir de 1º de junho por, no mínimo, quinze dias. A montadora também anunciou que no dia 29 de maio vai encerrar definitivamente os contratos de trabalhos de 500 funcionários dos 750 que estão em lay-off (suspensão temporária de contrato empregatício). O regime de lay –off destes trabalhadores teve início em junho de 2014.

Em nota, a empresa diz que “há mais de um ano, a Mercedes-Benz tem buscado, junto ao sindicato, gerenciar o excesso de pessoas na fábrica de São Bernardo do Campo, em razão da forte queda das vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro”.

A fabricante de ônibus e caminhões diz que além dos 750 empregados em lay-off, há 1 mil 750 trabalhadores excedentes.

A empresa abriu um PDV – Programa de Demissão Voluntária, mas houve baixa adesão. Em abril, já havia anunciado as quinhentas demissões, mas recuou depois de uma greve dos metalúrgicos. A empresa também adotou medidas como prolongamento de folgas e licenças remuneradas.

Entre janeiro e abril deste ano, de acordo com a Anfavea – Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de caminhões caiu 45%, a de ônibus 26,6% e a de carros e comerciais leves registrou retração de 15,8%.

Confira a situação de algumas fabricantes de carrocerias e chassis:

– VOLVO: Os trabalhadores da linha de produção de ônibus e caminhões em Curitiba estão em greve desde o dia 8 de maio. Apenas os funcionários administrativos voltaram ao trabalho. A empresa cortou o turno da tarde, deixando 600 trabalhadores excedentes e abriu Programa de Demissão Voluntária. A companhia propõe suspender temporariamente o contrato de trabalho destes 600 funcionários.

– MAN Volkswagen Caminhões e Ônibus: Com sede em Resende, no Rio de Janeiro, congelou salários para evitar cortes, mas abriu um PDV – Programa de Demissão Voluntária.

– SCANIA: Neste mês de maio a unidade em São Bernardo do Campo trabalha apenas quatro dias por semana. Vai parar a produção na semana do feriado de Corpus Christi.

– IVECO: Os trabalhadores da unidade de Sete Lagoas, Minas Gerais, têm enfrentado redução na jornada. Um grupo de 200 operários trabalha desde abril três dias por semana. Esta escala deve ser mantida até julho.

– MARCOPOLO: A encarroçadora de ônibus concedeu férias coletivas entre 16 e 25 de fevereiro. Flexibilizou a jornada em abril e maio.

– CAIO: A fabricante de carrocerias de ônibus emendou feriados e anunciou a demissão de 220 trabalhadores da planta de Botucatu, interior paulista.

Fonte: Blog Ponto de Ônibus