Mercedes-Benz dará férias coletivas e vai parar produção. Indústrias de pneus também sentem

Produção de ônibus, caminhões e peças vai ser paralisada por quinze dias. Fabricantes de pneus também sentem crise

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Ônibus da Mercedes-Benz. Montadora vai dar férias coletivas a sete mil trabalhadores em junho. Setor de pneus também sente crise.
A fabricante de ônibus e caminhões Mercedes-Benz vai colocar a partir de 1º de junho aproximadamente sete mil trabalhadores em férias coletivas na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O período inicial é de quinze dias, mas a marca não descarta deixar os funcionários em casa por mais tempo. Além de ônibus e caminhões, a planta de São Bernardo do Campo produz câmbio e motores.

A produção destas peças e dos veículos de grande porte deve ficar paralisada totalmente neste período.

No total, a unidade do ABC, que é a principal da montadora alemã no País, emprega 10 mil 500 funcionários. A empresa diz que 40% da capacidade da planta estão ociosos e que há excedente de trabalhadores.

Há menos de um mês, a Mercedes-Benz anunciou a demissão de 500 empregados que estavam com os contratos de trabalho suspensos temporariamente. Após uma greve, a montadora decidiu não realizar os cortes.

A Mercedes diz que as medidas são necessárias por causa do desaquecimento econômico no País que influencia na indústria automotiva, principalmente nos segmentos de ônibus e caminhões, que são bens de capital e refletem o nível de investimentos por outros setores.

PNEUS TAMBÉM EM QUEDA

A queda nas vendas e produção de ônibus e caminhões tem impactado a indústria de pneus e equipamentos de borracha.

A Pirelli já colocou mil e 500 operários em regime de lay-off, suspensão temporária dos contratos de trabalho, em quatro unidades no país.

A Brigestone deve até julho definir as férias coletivas na unidade de Santo André, também no ABC Paulista.

A Michelin informou que vai ajustar a mão de obra à queda da produção de pneus por causa da redução das vendas de ônibus e caminhões.

Segundo a Anip – Associação Nacional da Indústria de Pneus, entre janeiro e abril deste ano, a queda nas vendas diretas para as montadoras de veículos foi de 21,5%. As vendas totais da indústria de pneus no mesmo período caíram 2%. O que impediu recuo maior foi o mercado de reposição, troca de pneus por frotistas ou donos individuais de veículos, que teve alta de 10,9%. Este número do mercado de reposição, no entanto, é mais ligado ao total de frota de veículos, que registrou crescimento nos últimos anos, que à situação econômica.

Fonte: Blog Ponto de Ônibus