PSI continua, mas com taxas maiores, menos recursos e menor cobertura

PSI continua com menos recursos. Além disso, não vai mais financiar o valor total do bem de capital e os juros serão maiores

Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Ônibus e Caminhões contarão com PSI em 2015, mas recursos não vão mais financiar todo o valor dos veículos e taxas de juros aumentam. Foto: Adamo Bazani.
O PSI – Programa de Sustentação do Crescimento, que com recursos do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social financia bens de capital, como ônibus e caminhões, vai continuar em 2015, mas com condições menos vantajosas que neste ano e com maiores taxas de juros.

O total disponível em 2015 para financiamentos será de R$ 50 bilhões. Neste ano, a previsão é chegar a R$ 80 bilhões.

COBERTURA DO VALOR DOS BENS:
O PSI não vai financiar mais 100% do bem adquirido.

Para ônibus e caminhões, a cobertura será de 50% do valor do veículo para grandes empresas e de até 70% para médias e pequenas empresas.

Em todas as linhas para os demais bens de capital, a abrangência do PSI sobre o valor do produto cai de 100% para 70%.

TAXAS DE JUROS:
As taxas de juros também aumentam. Segundo o Ministério da Fazenda, apesar de maiores, elas vão continuar mais competitivas que as praticadas pelo mercado.

– Ônibus e Caminhões: Dos atuais 6% para 9,5% no caso de pequenas e médias empresas e para 10% a grandes empresas de ônibus ou transportadoras de carga.
A linha Procaminhoneiro, destinada a pessoas físicas que trabalham com o próprio caminhão, passa ter juros de 9%. Atualmente são de 6%.
– Empresas, Rural, Exportação Tecnologia Nacional e Demais Itens: juros passam dos atuais 4% a 8% ao ano para 6,5% a 11% por ano
– Cerealistas: Do patamar atual de 4,5% a 6% para 9% a 10%.
– Finame Componentes: De 4% para 6,5% a 7% ao ano.
– PSI Projetos Transformadores: De 4% para 6,5% a 7% ao ano.
– Inovação e Máquinas e Equipamentos com eficiência energética: De 4% para 6,5% a 7% ao ano.

ANO DE APERTO:
Passadas as eleições e a época na qual governante costuma ser “bondoso”, a realidade da economia brasileira, com arrecadação menor, baixo crescimento e metas de inflação e de gastos públicos extrapoladas, mostra que 2015 será o ano do aperto para tentar ajustar o que já poderia ser evitado.

Assim, os recursos disponíveis para investimentos e financiamentos serão mais escassos. Estes gastos públicos, diferentemente de programas sociais diretos, acabam de fato gerando renda e não apenas consistem em programas de transferência de renda. Há criação de oportunidades e qualificação para quem deseja trabalhar formalmente com elevação real do nível de emprego.

As mudanças das condições do PSI foram publicadas em edição extraordinária nesta sexta-feira, dia 19 de dezembro de 2014, do Diário Oficial da União.

Se por um lado, o anúncio não deixa de trazer certo alívio para a indústria, em especial de ônibus e caminhões, já que havia e especulação de que o programa só voltaria em 2016 por causa das metas fiscais, a cobertura de apenas 50% a 70% do valor dos bens pelo financiamento desagrada investidores que já fazem novos cálculos para renovarem em ritmo menor suas frotas. O mercado já esperava aumento de juros.

O PSI foi criado em 2009 pelo Governo Federal para frear os impactos na indústria da recessão mundial que começou em 2008, com a crise de créditos imobiliários nos Estados Unidos, o que acabou afetando também a Europa.

Fonte: Blog Ponto do Ônibus