Mercedes-Benz anuncia parada total em dezembro
Objetivo é contornar a crise que afeta o setor automotivo, em especial o de veículos comerciais pesados, diante da desaceleração da economia brasileira.
Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
A Mercedes-Benz decidiu paralisar a produção de todos os modelos de ônibus e caminhões da marca durante o mês de dezembro. Normalmente, as montadoras param as atividades apenas nos últimos dias do mês.
A medida vale para a planta que fabrica caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e para a planta de Juiz de Fora, em Minas Gerais, que produz dois modelos de caminhão.
O mau desempenho da economia brasileira, com PIB – Produto Interno Bruto podendo ter irrisório crescimento de 0,3% em 2014, e problemas relacionados ao setor de veículos pesados, como desaceleração das obras públicas e problemas em licitações de transportes coletivos, fizeram com que a Mercedes-Benz ajustasse seu nível de produção aos estoques e à demanda. A montadora prevê uma redução de 26% na produção de 2014 em comparação com 2013.
De acordo com balanço da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgado nesta semana, a produção de ônibus de todas as marcas teve queda de 12,2% e a de caminhões registrou baixa de 23,6% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2013.
Em relação à Mercedes-Benz, ainda segundo a Anfavea, nos nove meses deste ano, o licenciamento de caminhões teve queda de 8,2% e o de ônibus amargou baixa de 16,8%.
MANUTENÇÃO DE EMPREGO:
Neste primeiro momento, a Mercedes-Benz não cogita realizar demissões, mas nem todos os funcionários estão trabalhando.
Na planta de São Bernardo do Campo, há um excedente de 1,7 mil trabalhadores. Deste total, 1,2 mil estão afastados por meio do instrumento chamado lay-off, que é a suspensão do contrato de trabalho sem desligamento da empresa, e 500 funcionários estão em férias coletivas.
Já em Juiz de Fora, os metalúrgicos estão em greve. De acordo com o sindicato da categoria, 450 empregos estão ameaçados em Minas Gerais.
READEQUAÇÃO DA PRODUÇÃO:
A Mercedes-Benz anunciou investimentos de R$ 730 milhões para readequar as linhas de produção tanto em São Bernardo do Campo como em Juiz de Fora.
A planta de São Bernardo do Campo vai continuar fazendo todos os ônibus da marca e a maior parte dos caminhões. Em Juiz de Fora, apenas devem ser feitas as cabines e a pintura de dois modelos que passarão a ter montagem final na sede do ABC Paulista.
METALÚRGICOS SEM AUMENTO:
Este investimento foi uma contrapartida de um novo acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A readequação das linhas pode manter o nível de emprego. Neste ano, os metalúrgicos da região que trabalham na Mercedes-Benz não vão ter aumento. O novo acordo vale até 2017. Entre 2015 e 2017, os reajustes salariais não serão acima da inflação. Os salários vão ser corrigidos pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Além disso, a fórmula de cálculo da PLR – Participação dos Lucros e Resultados foi modificada e os funcionários que forem contratados a partir de 2015 vão ganhar 10% a menos que empregados mais antigos mesmo com cargos iguais.
O acordo salarial em Juiz de Fora não foi alterado e vale até 2016.
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
Por Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Ônibus na planta da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo. Montadora anunciou que para tentar contornar a crise que afeta o setor de veículos pesados, vai parar a produção em todo o mês de dezembro. Foto: Adamo Bazani.
A Mercedes-Benz decidiu paralisar a produção de todos os modelos de ônibus e caminhões da marca durante o mês de dezembro. Normalmente, as montadoras param as atividades apenas nos últimos dias do mês.
A medida vale para a planta que fabrica caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e para a planta de Juiz de Fora, em Minas Gerais, que produz dois modelos de caminhão.
O mau desempenho da economia brasileira, com PIB – Produto Interno Bruto podendo ter irrisório crescimento de 0,3% em 2014, e problemas relacionados ao setor de veículos pesados, como desaceleração das obras públicas e problemas em licitações de transportes coletivos, fizeram com que a Mercedes-Benz ajustasse seu nível de produção aos estoques e à demanda. A montadora prevê uma redução de 26% na produção de 2014 em comparação com 2013.
De acordo com balanço da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgado nesta semana, a produção de ônibus de todas as marcas teve queda de 12,2% e a de caminhões registrou baixa de 23,6% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2013.
Em relação à Mercedes-Benz, ainda segundo a Anfavea, nos nove meses deste ano, o licenciamento de caminhões teve queda de 8,2% e o de ônibus amargou baixa de 16,8%.
MANUTENÇÃO DE EMPREGO:
Neste primeiro momento, a Mercedes-Benz não cogita realizar demissões, mas nem todos os funcionários estão trabalhando.
Na planta de São Bernardo do Campo, há um excedente de 1,7 mil trabalhadores. Deste total, 1,2 mil estão afastados por meio do instrumento chamado lay-off, que é a suspensão do contrato de trabalho sem desligamento da empresa, e 500 funcionários estão em férias coletivas.
Já em Juiz de Fora, os metalúrgicos estão em greve. De acordo com o sindicato da categoria, 450 empregos estão ameaçados em Minas Gerais.
READEQUAÇÃO DA PRODUÇÃO:
A Mercedes-Benz anunciou investimentos de R$ 730 milhões para readequar as linhas de produção tanto em São Bernardo do Campo como em Juiz de Fora.
A planta de São Bernardo do Campo vai continuar fazendo todos os ônibus da marca e a maior parte dos caminhões. Em Juiz de Fora, apenas devem ser feitas as cabines e a pintura de dois modelos que passarão a ter montagem final na sede do ABC Paulista.
METALÚRGICOS SEM AUMENTO:
Este investimento foi uma contrapartida de um novo acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A readequação das linhas pode manter o nível de emprego. Neste ano, os metalúrgicos da região que trabalham na Mercedes-Benz não vão ter aumento. O novo acordo vale até 2017. Entre 2015 e 2017, os reajustes salariais não serão acima da inflação. Os salários vão ser corrigidos pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Além disso, a fórmula de cálculo da PLR – Participação dos Lucros e Resultados foi modificada e os funcionários que forem contratados a partir de 2015 vão ganhar 10% a menos que empregados mais antigos mesmo com cargos iguais.
O acordo salarial em Juiz de Fora não foi alterado e vale até 2016.
Fonte: Blog Ponto de Ônibus
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