“As empresas, hoje, não têm lucro”, lamenta presidente do Seturn

Em depoimento na CEI sobre bilhetagem unificada, Agnelo Cândido afirma que ônibus sofrem com integração e falta de mobilidade em Natal

Por Ciro Marques - Portal no AR

A situação financeira das empresas de ônibus de Natal não está nada fácil e não conseguem mais nem pagar os fornecedores e os impostos. Pelo menos, foi esse o lamento do presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Urbano (Seturn), Agnelo Cândido, em depoimentos hoje (12), na Comissão Especial de Investigação (CEI), instaurada para apurar a demora na implantação da bilhetagem unificada de Natal.



“As empresas, hoje, não têm lucro”, afirmou o presidente do Seturn, ressaltando que “as que não estão com dificuldade de pagar fornecedor, estão com dificuldade de pagar impostos”. Segundo o Seturn, o principalmente problema hoje para lucrar em Natal é a falta de mobilidade urbana, que impede o número de viagens que cada transporte coletivo faz (reduziu de 12 para sete) e, consequentemente, reduziu-se a quantidade de passageiros coletados nas ruas.

“Nós estamos há 40 meses sem tarifa. Nesse período, houve a questão da integração. Um milhão de passageiros é transportado hoje sem pagar a tarifa. Depois, temos a questão da mobilidade. Um veículo nosso deixou de produzir porque deixou de andar. Existem vários itens que compõem essa questão tarifária, não é só a inflação”, afirmou Agnelo Cândido, ao ser questionado pelo vereador Marcos Antônio (PSOL) o motivo pelo qual, mesmo havendo um aumento superior a da inflação nos últimos anos, ainda se lamenta o valor da passagem pelo fato dela estar impedindo o lucro das empresas.

“Seria muito oportuno que a própria CEI contratasse ou indicasse uma auditoria, uma consultoria, que pudesse, realmente, tratar de quanto é o custo do sistema. Acho que esse custo deveria ser transparente, cristalino, cada vez mais”, sugeriu o presidente do Seturn.

Sem abrir mão

Apesar do lamento, o presidente do Seturn negou a possibilidade de deixar a concessão para explorar o transporte coletivo de Natal. Segundo ele, os empresários já estão no setor há 60 anos e o que tem é que haver investimentos em mobilidade urbana e, finalmente, a realização da licitação dos transportes. “Nós somos favoráveis sim a realização da licitação. Queremos que ela aconteça”, afirmou Agnelo Cândido.

Fonte: Portal no AR