Busscar El Buss 340 e Scania K 113, a dupla preferida pela Gontijo nos anos 90

Fonte: Mobilidade em Foco
Matéria / Texto: Carlos Alberto Ribeiro
Fotos: Acervo Paraíba Bus Team
Via: Paraíba Bus Team

“Frotista de primeira linha, a Gontijo serve como balizamento para uma avaliação do transporte rodoviário de passageiros”.



Tradicional operadora de linhas de ônibus interestaduais, com várias linhas de longa distância, a Gontijo é também um dos principais frotistas Scania do País. De sua frota com aproximadamente 950 ônibus, cerca de 750 são da marca, encarroçados predominantemente pela Busscar “Em dois ou três anos pretendo ter somente ônibus com chassi Scania. Acho o K113 ideal para nossa operação, mas estou testando também o F113. E minha carroçaria padrão é a Busscar El Buss 340”, afirma o pioneiro Abílio Gontijo. Com 70 anos de idade, o empresário tem mais de 50 de “janela” e conserva o vigor de quem domina seu touro a unha todo dia.

“Gosto da Scania porque é uma empresa muito sensível as reivindicações do cliente. Tem qualidade no produto, seriedade na comercialização e assistência técnica com participação da própria fábrica”, afirma satisfeito o empresário mineiro. A Gontijo não deixa de ser um caso a parte no universo do transporte rodoviário de passageiros. Quer chova ou faça sol, a empresa mantém uma renovação constante de sua frota, na base de pelo menos 10% ao ano, apesar das incertezas causadas pela queda na demanda de passageiros e pela operação de ônibus clandestinos.


A Gontijo conta atualmente com 29 linhas registradas junto ao DNER, uma linha internacional, 57 linhas registradas no DER de Minas Gerais, 10 linhas na Bahia, 10 no Piauí e mais cinco no Ceará. São, no total, 111 linhas de ônibus. A Gontijo roda, em média, 10 milhões de quilômetros por mês. Os ônibus da empresa percorrem 17 Estados brasileiros e sua rota mais longa une as cidades de Mantena (MG) a Porto Velho (RO), onde os 3.500 quilômetros são cobertos em 50 horas ininterruptas, com troca de motoristas a cada oito horas.





No segmento interestadual a empresa teve crescimento de 18% se comparado com o ano anterior, 1993, mas a operação ainda está 25% abaixo dos níveis dos anos de 1989, 1990. No segmento de linhas intermunicipais, que responde por 35% do faturamento da Gontijo, o crescimento foi vegetativo, de apenas 5%, “Nos últimos três anos tivemos um aproveitamento global de 55%, quando o normal seria 70%”, lamenta o executivo Gontijo. Essa queda na demanda forçou o remanejamento de várias linhas. “As contribuições sociais oneram a nossa folha de pagamento de colaboradores em 120%, quando o ideal seria o padrão do Primeiro Mundo, de 18 a 20%”, segundo ele. “Mesmo assim, empresário do setor que tem gestão eficaz do negócio ainda tem investido na renovação da frota”, complementa Gontijo.

ESTRUTURA


A Gontijo conta hoje com uma sede central de 120 mil metros quadrados e mais 85 garagens menores, pontos de apoio e dormitórios. Sua oficina é própria e completa, com tudo sendo feito em casa. No segmento de linhas intermunicipais, a empresa possui forte presença no interior mineiro, cobrindo muitos trechos curtos e médios, entre 200 a 400 quilômetros, ida e volta. As rotas principais partem de São Paulo e Belo Horizonte, com destino ao Nordeste. A única rota internacional da empresa é a que liga Salvador a Assunção, no Paraguai, com distância de 3.200 quilômetros.

(Fonte de parte dos dados: Revista Rei da Estrada, edição 55).

OBS.: o ônibus da foto é o Busscar El Buss 340, com chassi Scania K113 CLB 4 X 2. Ano de fabricação: 1995.

Em dezembro de 2012 foram vistos alguns El Buss 340 fabricado nos anos 90, fazendo linha como "carro extra". Inclusive esse da foto, prefixo 9510, com 18 anos de idade, foi visto e fotografado fazendo a linha Fortaleza x Belo Horizonte. Uma linha de longa distância.







Como foram os modelos de ônibus mais comprados pela Gontijo entre 1990 a 1997, Busscar El Buss 340 foi a carroçaria padrão nestes anos, ainda deve ter vários desses veículos na condição de "carros reserva".