Obra mudará trânsito na zona Sul

As obras de duplicação e reestruturação da Avenida Engenheiro Roberto Freire começarão com uma série de intervenções para desvio, por 14 vias nos bairros de Ponta Negra e de Capim Macio. Um trecho de cerca de 18 quilômetros vai passar por obras de capeamento e recapeamento, sinalização e instalação de semáforos, que custarão R$ 6,9 milhões, dentro dos R$ 220 previstos para a obra. Ainda sem data para iniciar, o projeto estruturante da avenida foi apresentado durante audiência pública realizada pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN), no auditório da Emater.

Avenida Roberto Freire com Ayrton Senna, nas imediações do Viaduto de Ponta Negra, é um dos pontos de lentidão de trânsito em Natal | Foto de: Aldair Dantas
"Não há como iniciarmos qualquer intervenção sem antes fazer os desvios, que passarão por melhorias", afirma o engenheiro responsável pelo projeto Rafael Mendes. As ruas serão adequadas para receber o fluxo de veículos da avenida - que gira em torno de 100 veículos por dia -, por trecho, a partir do avanço nas obras na Roberto Freire recapeamento. A SIN ainda não tem previsão para o início das obras. A partir da audiência pública, a Secretaria tem 30 dias para receber sugestões e somente a partir daí publicar o edital de licitação do projeto. "Somente após a licitação, contratação das empresas e todas as autorizações legais para realizar o projeto é que daremos início a execução".

A reestruturação da avenida, orçada em R$ 221,7 milhões, faz parte do pacote de intervenções viárias com vistas a Copa 2014. Inicialmente, o Governo do RN estima um prazo de 22 meses para conclusão da obra, que prevê duplicação das faixas de rolamento, criação de corredor exclusivo para ônibus, construção de três túneis e ciclovia.

Aspectos ambientas serão abordados em segunda audiência. Um dos pontos de maior divergência durante a apresentação do projeto na audiência foi o aspecto ambiental da obra. Nenhum questionamento foi respondido pelos engenheiros da obra, que explicaram que o assunto será tema de audiência específica. A obra permanece sem estudo de impacto ambiental para dar início ao processo de licenciamento.

A advogada Marize Costa, do Comitê Popular da Copa de 2014, teceu fortes críticas a condução do projeto. Segundo Marize é preciso discutir previamente questões que podem inviabilizar a obra, como o confronto com a legislação ambiental, o Plano Diretor de Natal e discutido junto aos conselhos municipais de meio ambiente e de transportes. "Não é possível usar uma área que, pelo Plano Diretor de Natal, é considerada 'non aedificandi'. Sem que este sequer tenha sido revisto", disse em referência a margem da avenida, em frente a feirinha de artesanato de Ponta Negra, que será desapropriada.

A área, que compreende trecho entre o estacionamento do restaurante Camarões até as lojinhas e locadoras, será desapropriada para receber as obras de duplicação da via. Questionado sobre como usar área antes da revisão do Plano Diretor, o engenheiro disse que esse assunto seria tratado em uma segunda audiência, quando serão abordados os aspectos ambientais.

COMISSÃO

De acordo com secretária Kátia Pinto, o estudo está sendo realizado por comissão multidisciplinar formada por especialistas da UFRN, sob coordenação do professor Aldo Aloisio Dantas da Silva, do Departamento de Geografia. O prazo para o parecer é de até 60 dias.

Os técnicos elaboram ainda um georeferenciamento para levantar os limites da área de Zona de Proteção Ambiental, do Parque das Dunas, que cederá uma faixa de 30 centímetros. "Vamos identificar o que existe nessa ZPA2, de acordo com a legislação vigente, e quanto podemos adentrar", lembra Kátia Pinto. O mapeamento deve ser concluído na próxima semana. De acordo com o engenheiro Rafael Mendes, responsável pelo projeto, ainda não estar definido qual e "se será usada a área do Parque das Dunas".

Fonte: Tribuna do Norte