Traficar pessoas nas rodovias é estratégia dos criminosos
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O levantamento das rotas ainda depende da liberação de verba para conclusão, se possível, ainda neste ano. Algumas informações sigilosas já foram repassadas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do tráfico de pessoas na Câmara dos Deputados. Para a presidenta da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF, Márcia Freitas Vieira, a divulgação antecipada dificultaria a repressão às quadrilhas.
No entanto, ela informou que a PRF realizou 19 operações de repressão ao trabalho escravo em que foi caracterizado o tráfico de pessoas. Nesses casos, a polícia chama o Ministério do Trabalho para cuidar das vítimas e a PRF busca os crimes correlatos.
As quadrilhas podem ser caracterizadas como muitas e pequenas. São raras as que usam coiotes (pessoas que facilitam a travessia ilegal nas fronteiras), segundo Márcia. “Mas elas estão cada dia mais organizadas”, diz. Tanto que antes não havia tráfico de pessoas em rota comercial de ônibus, mas hoje em dia já ocorre. “É uma tentativa de desconfigurar o crime pela tentativa de colocar as pessoas traficadas junto aos passageiros normais”, afirma Márcia.
Daí a necessidade de capacitar os policiais, sensibilizá-los para a gravidade do crime e a necessidade de combatê-lo. “A Polícia Rodoviária precisa desenvolver atividades de inteligência para acompanhar o ritmo dos criminosos”, admite Márcia.
Segundo Márcia, os casos mais comuns de tráfico de pessoas identificados nas rodovias estão associados além da exploração sexual ao trabalho escravo de estrangeiros.
Pontos vulneráveis
Dos 1.776 pontos vulneráveis apontados no levantamento da PRF, 398 ficam na região Centro-Oeste do país, 371 no Nordeste, 333 no Norte, 358 no Sudoeste e 316 no Sul. Do total, 65,9% (1.171) são considerados como críticos e de alto risco de vulnerabilidade. Minas lidera a lista dos estados, com 252 pontos; seguido pelo Pará, com 208; Goiás, com 168; Santa Catarina, com 113; e Mato Grosso, com 112. No Amapá, só foram localizados cinco pontos.
À época da divulgação do mapeamento, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, criticou a postura da sociedade brasileira e de governantes em relação ao tema. "Os olhos e a consciência que se fecham para esta realidade são os principais problemas do Brasil hoje para a violência sexual", afirmou.
Fonte: Brasil Atual
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