IPI menor beneficia carros de passeio, mas vendas de ônibus continuam em queda
Por Adamo Bazani - Canal do Ônibus
As ruas e avenidas de todo o País receberam no mês de junho 340 mil 706 veículos a mais. Isso significa, segundo a Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, aumento de 24,18% em relação ao mês de maio deste ano. Já no comparativo com o mês junho de 2011, o crescimento foi de 18,75%.
Foi o recorde para junho de todos os anos desde que a Fenabrave começou a fazer o levantamento.
Mas os números não podem ser considerados reveladores de um bom cenário tanto na mobilidade urbana, com cidades recebendo mais carros, nem para a economia e geração de empregos.
Os dados são resultados de medidas pontuais do Governo Federal, como reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros de passeio, numa atitude quase que aflita para evitar uma desaceleração maior da já protegida indústria automotiva.
A previsão ainda é de queda e mostra que medidas pontuais sem crescimento garantem pouco em relação ao que a economia necessita.
O Governo Federal reduziu os impostos até 31 de outubro sobre os carros, mas a economia vai crescer menos como um todo. O PIB – Produto Interno Bruto –, a soma de todas as riquezas geradas pelo país, que tinha previsão de crescimento de 3,5% deve agora ficar em torno de 2%.
E não há redução de imposto que dê conta. Se a economia não cresce, as medidas são paliativas. Tanto é que o setor de distribuição de veículos,q ue considera o número de vendas / emplacamentos e não de produção prevê queda de 1,47% em todos os segmentos de veículos, desde motos, passando por carros de passeio, comerciais leves, e veículos pesados, como caminhões e ônibus.
Tanto é que empresas como General Motors, Volkswagen, Scania e Mercedes Benz adotaram medidas que vão desde programas de demissões voluntárias, no caso das duas primeiras, até paralisações na produção e afastamento temporário de funcionários, a exemplo das duas fabricantes de veículos de grande porte.
CENÁRIOS DIFERENTES:
As reduções de impostos e as medidas de incentivo ao crédito adotadas pelo Governo Federal beneficiaram apenas os segmentos de veículos leves.
Veículos geradores de renda e emprego, considerados como bens de capital, ainda sofrem quedas substanciais, mas a perspectiva é de recuperação.
Os emplacamentos de ônibus em junho deste ano na relação com o mês de maio caíram 21,85%. Foram 2 mil 311 ônibus em maio contra 1 mil 806 em junho. Na comparação com junho do ano passado, quando foram distribuídos 2 mil 638 ônibus, a queda foi mais significativa, chegando a 31,54%.
Já o setor de caminhões teve queda menor de maio para junho deste ano: 0,95%, com 10.689 unidades em junho contra 10.792 caminhões. Mas na comparação com junho do ano passado, a queda de vendas / emplacamentos de caminhões foi expressiva, chegando a 27,63%. Em junho de 2011 foram vendidos 14 mil 769 caminhões.
Juntos, caminhões e ônibus tiveram queda de 4,64% entre maio e junho deste ano e de 28,22% na comparação com junho do ano passado.
Além da desaceleração da economia, já que estes veículos indicam como andam os ritmos de negócios e investimentos, os ônibus e caminhões tiveram situações específicas.
Em janeiro deste ano entrou em vigor a nova legislação que impõe limites mais severos de emissão de poluição. Os ônibus e caminhões que seguem as normas do Proconve fase P 7 – Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, com base nos parâmetros internacionais Euro V, emitem 60% menos Óxidos de Nitrogênio (Nox) e 80% de materiais particulados.
Mas são entre 10% e 15 % mais caros por conta da maior tecnologia embarcada. Por isso, que no ano passado, os empresários de ônibus e donos de frota de caminhões anteciparam a renovação dos veículos para aproveitarem as últimas unidades mais baratas, que só puderam ser fabricadas até 31 de dezembro de 2011, com estoques podendo ser vendidos até 31 de março de 2012.
No entanto, a Fenabrave aposta que esse efeito de renovação antecipada vai passar e que o mercado de pesados deve começar a se ajustar ainda este ano.
Além disso, regras mais fáceis, carências e prazos maiores, com juros menores do Finame/PSI, principal modalidade de financiamento de ônibus e caminhões, devem aquecer de novo as vendas.
O número de caminhões vendidos/emplacados deve ser 160 mil 702 unidades este ano. Uma previsão nada otimista, com retração de 6,93% em relação ao ano passado. No início de 2012, a previsão era de queda menor: 2,6%.
Já a Fenabrave desenha um cenário melhor para os ônibus. Devem ser emplacados 40 mil 611 ônibus, crescimento de 16,87%. Antes o crescimento previsto era menor, de 13,50%.
Fonte: Canal do ônibus
Foto arquivo - Daniel Silva |
Foi o recorde para junho de todos os anos desde que a Fenabrave começou a fazer o levantamento.
Mas os números não podem ser considerados reveladores de um bom cenário tanto na mobilidade urbana, com cidades recebendo mais carros, nem para a economia e geração de empregos.
Os dados são resultados de medidas pontuais do Governo Federal, como reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros de passeio, numa atitude quase que aflita para evitar uma desaceleração maior da já protegida indústria automotiva.
A previsão ainda é de queda e mostra que medidas pontuais sem crescimento garantem pouco em relação ao que a economia necessita.
O Governo Federal reduziu os impostos até 31 de outubro sobre os carros, mas a economia vai crescer menos como um todo. O PIB – Produto Interno Bruto –, a soma de todas as riquezas geradas pelo país, que tinha previsão de crescimento de 3,5% deve agora ficar em torno de 2%.
E não há redução de imposto que dê conta. Se a economia não cresce, as medidas são paliativas. Tanto é que o setor de distribuição de veículos,q ue considera o número de vendas / emplacamentos e não de produção prevê queda de 1,47% em todos os segmentos de veículos, desde motos, passando por carros de passeio, comerciais leves, e veículos pesados, como caminhões e ônibus.
Tanto é que empresas como General Motors, Volkswagen, Scania e Mercedes Benz adotaram medidas que vão desde programas de demissões voluntárias, no caso das duas primeiras, até paralisações na produção e afastamento temporário de funcionários, a exemplo das duas fabricantes de veículos de grande porte.
CENÁRIOS DIFERENTES:
As reduções de impostos e as medidas de incentivo ao crédito adotadas pelo Governo Federal beneficiaram apenas os segmentos de veículos leves.
Veículos geradores de renda e emprego, considerados como bens de capital, ainda sofrem quedas substanciais, mas a perspectiva é de recuperação.
Os emplacamentos de ônibus em junho deste ano na relação com o mês de maio caíram 21,85%. Foram 2 mil 311 ônibus em maio contra 1 mil 806 em junho. Na comparação com junho do ano passado, quando foram distribuídos 2 mil 638 ônibus, a queda foi mais significativa, chegando a 31,54%.
Já o setor de caminhões teve queda menor de maio para junho deste ano: 0,95%, com 10.689 unidades em junho contra 10.792 caminhões. Mas na comparação com junho do ano passado, a queda de vendas / emplacamentos de caminhões foi expressiva, chegando a 27,63%. Em junho de 2011 foram vendidos 14 mil 769 caminhões.
Juntos, caminhões e ônibus tiveram queda de 4,64% entre maio e junho deste ano e de 28,22% na comparação com junho do ano passado.
Além da desaceleração da economia, já que estes veículos indicam como andam os ritmos de negócios e investimentos, os ônibus e caminhões tiveram situações específicas.
Em janeiro deste ano entrou em vigor a nova legislação que impõe limites mais severos de emissão de poluição. Os ônibus e caminhões que seguem as normas do Proconve fase P 7 – Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, com base nos parâmetros internacionais Euro V, emitem 60% menos Óxidos de Nitrogênio (Nox) e 80% de materiais particulados.
Mas são entre 10% e 15 % mais caros por conta da maior tecnologia embarcada. Por isso, que no ano passado, os empresários de ônibus e donos de frota de caminhões anteciparam a renovação dos veículos para aproveitarem as últimas unidades mais baratas, que só puderam ser fabricadas até 31 de dezembro de 2011, com estoques podendo ser vendidos até 31 de março de 2012.
No entanto, a Fenabrave aposta que esse efeito de renovação antecipada vai passar e que o mercado de pesados deve começar a se ajustar ainda este ano.
Além disso, regras mais fáceis, carências e prazos maiores, com juros menores do Finame/PSI, principal modalidade de financiamento de ônibus e caminhões, devem aquecer de novo as vendas.
O número de caminhões vendidos/emplacados deve ser 160 mil 702 unidades este ano. Uma previsão nada otimista, com retração de 6,93% em relação ao ano passado. No início de 2012, a previsão era de queda menor: 2,6%.
Já a Fenabrave desenha um cenário melhor para os ônibus. Devem ser emplacados 40 mil 611 ônibus, crescimento de 16,87%. Antes o crescimento previsto era menor, de 13,50%.
Fonte: Canal do ônibus
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