Busscar, 66 anos de ônibus!!!
Nossos Parceiros e amigos Paraibanos dessa vez explodiram...Contaram de uma forma maetrica a historia de uma grande Montadora que tem uma historia de altos e baixos, Nielson e Busscar uma montadora que é conhecida por sua historia e qualidade em seus produtos e que até hoje vemos nas ruas e estradas verdadeiras maquinas que são conhecidas como reis das estradas.
Em nosso estado empresas que são fãs dessa marca são as Expresso Cabral, Viação Riograndense e Vialção Nordeste entre outras que faziam questão de ter em sua frota a marca que hoje nosso amigos do ÔNIBUS PARAIBANO destaca em poucas palavras a historia dessa bela marca.
Vamos a viajar?
Por Daniel Silva
Com
Fontes: Inbus Transport e Feabus1
Edição e complementação: JC Barboza - Ônibus Paraibano
Joinville, 17 de setembro de 1946...
A trajetória pioneira de Augusto e Eugênio Nielson não difere dos grandes e ilustres nomes que fizeram e fazem a história ligada ao transporte e o rodoviarismo nacional.
Como todo começo, apenas um longínquo tempo, alicerçado num imenso sonho que dia após dia, gerou como natureza própria à marca Nielson - sinônimo do ônibus transformado posteriormente na marca Busscar.
A Maneabilidade da marcenaria foi o começo de tudo
O empreendimento era simples (razão social de Nielson & Irmão), mas foi com as mãos na madeira que os irmãos Nielson iniciaram na metade da década de 40 na construção de móveis, utensílios e alguns reparos em veículos automotores (como carrocerias de caminhões e cabines). Surge então a confecção de uma tradicional jardineira (primórdios do ônibus moderno) acreditada por um pequeno empreendedor joinvillense que se instalava para explorar (ainda que rudimentar) o serviço de transporte local (entre lama, chuva, poeira e na bagagem a persistência): era a empresa de Abílio Bello & Cia. Ltda. (que percorria até a distância de Guaratuba, SC sempre partindo de Joinville).
Augusto Nielson |
A partir daí tudo mudou...
Os tempos de guerra foram decisivos para o país "se virar" com soluções caseiras, engenhocas e muito trabalho - aos irmãos Nielson não seria diferente como no restante brasileiro. Vem a onda do crescimento expectativo - apareceram os importados, fábricas "cravam estacas" do desenvolvimento industrial (já existia nesta época Ford, GM, Scania, Mercedes-Benz, entre outras) e os Nielson não ficam atrás, carrocerias e mais carrocerias (agora no comando do patriarca Bruno e seu filho Harold - era a Nielson & Cia. Ltda.).
Em 1958 aparece com o projeto de estruturação metálica e contempla a chegada da próxima década com 15 ônibus/ano. Dois anos mais tarde, aporta na região mais desenvolvida do Brasil: Mogi das Cruzes com a Eroles Turismo que conhece e recebe o "Diplomata", carroceria que tinha dois níveis - lembravam em muito os Flexible americanos - a Nielson ganha o universo do ônibus.
O tempo de acelerar: o Brasil reconhece a soberania da marca
Até aqueles tempos de indefinição política que assolou o país (1964) o mercado nacional pouco comprou ônibus para as empresas da época. Harold, filho do mestre Bruno, já acompanha fielmente os passos do empreendedorismo, e sem vacilar coloca a Nielson na "rota do progresso". Ganhou-se a copa do mundo (1970) e a encarroçadora forneceu ônibus para o país todo (segundo a Fabus foram 136 unidades em 1971), a empresa vem consolidando marcas, e as carrocerias de Joinville tornam-se públicas pelas empresas de transporte coletivo do país. Das serras catarinenses para o "além Atlântico" a encarroçadora não poupou esforços.
Harold Nielson |
Ganhou "asas" para a exportação ocorrida em 1977 com pouco mais de 15% de unidades produzidas e livremente os mercados da América Latina, Oriente Médio e outras localidades foram conhecendo com muita simpatia, o verdadeiro "Diplomata". No final dos anos 70, vem a versão articulada do rodoviário. Com a entrada da Volvo no setor de chassi de ônibus no país, a Nielson implanta parcerias como a com a Viação Garcia.
Frotistas de todo o Brasil respeitam "esses catarinenses" como a Gontijo - maior frota da marca utilizada em uma única empresa e gradativamente novos e mais clientes vão incorporando em suas garagens "os grandalhões" da Nielson (como a Expresso Brasileiro de São Paulo).
Com janelas inclinadas, laterais frisadas e "ondas como o mar", nesta enfâse dada ao conhecido e popular modelo 7 quedas que eram em número de sete diferenças sobre o teto do carro, alusivo as setes quedas do iguaçi no Paraná. Com tamanha transformação nos modernos ônibus, tem na produção de fibra termosplástica as subsidiárias Tecnofibras e Rovel. A Nielson põe em prática a fábrica 2 (Joinvillense como matriz).
Anos 80, a Nielson fazendo a sua própria história...
"DEUS é fiel" (versículo bíblico inserido no livro de Samuel) as bençãos recaíram para Harold Nielson - de expressão forte, de sustentação e alicerce a cada palavra dirigida, a empresa que leva seu sobrenome te afinco na determinação deste dirigente que alavancou como seus próprios braços á energia que já foi a Busscar com 1172 ônibus prontos para circular pelas ruas e rodovias em 1981.
Foto/Daniel Silva |
Para otimizar a produção em ganhos reais de tempo funda a HVR - um braço forte da empresa que tinha como meta a instalação de eixos. O início dos anos 80, o universo brasileiros dos ônibus foi alcançado por grandes picos industriais e quatro anos mais tarde, mostra para seus clientes e aos mais admiradores da encarroçadora o seu primeiro "high-deck" (Diplomata 380) - gigante como o seu próprio nome estrelado.
Em 1987 a Nielson promove um audaciosa e arrojado desenvolvimento industrial: com visão do mercado mostra seu ônibus urbano, produto concebido estruturalmente com menos peso que a concorrência e acirra novos tempos brasileiros com seu projeto N.U.A. (Novo Urbanus de Alumínio), desde o final da década de 60 não produzia para o segmento urbano. Com pouco mais de dois anos de vida, o Urbanus já recebe o "passaporte de exportação" - estrelando para terras chilenas o convencional coletivo para transporte nas cidades.
Mas grandes surpresas estavam por vir...
Anos 90: Para dar a volta por cima, novos tempos, novos ônibus.
Harold Nielson e sua empresa preparam uma recepção para o mercado de ônibus: apresentação da nova família Busscar em 1990 (Busscar passa a ser o novo nome - "Buss" ônibus em sueco + car de carroceria) com a inédita série Elbuss 320 e 340 e Jumbuss 340, 360 e o top 380 - com forte design e linhas que realçaram ainda mais as estrelas do seu novo logo.
Foto/Daniel Silva |
Foto/Daniel Silva |
Foto/Daniel Silva |
O Urbanus também recebe um ajuste de linhas - agora mais harmonioso. Nacionalmente o segmento ônibus abraça os produtos originários de Joinville - a linha Jumbuss espalha-se por todos os quadrantes... El Buss completa a lista. A tecnologia incorporada não é apenas no visual marcante, as carrocerias foram designadas por projetos específicos da mais alta engenharia desenvolvida com recursos sofisticados da era computadorizada.
A evolução prossegue durante o ano de 1994: considerado a maior área envidraçada em relação aos similares, a empresa apresenta seu primeiro ônibus de vidro colado - o Jumbuss T. Em 1995 lança o Jumbuss 400 Panorâmico - tornando-se o ideal para viagens rodoviárias de dois ambientes com supremacia aliada ao máximo do conforto e segurança. Na rota turística e no serviço seletivo, o Panorâmico surpreende a qualquer usuário pelos fortes itens opcionais selecionados para atender os clientes deste importante segmento.
Foto/Daniel Silva |
Um ano mais tarde, acompanhando a tendência imposta pelo setor, surge o Mid bus e amplia uma fatia especial para os percursos entre trechos posicionados nas cidades e fretados: nasce o interbus. O Urbanus recebe agora a versão estilizada e de custo diferenciado para os clientes: o moderno Pluss.
Acidente de avião que vitimou Harold Nielson |
O domínio por novas investidas tecnológicas não impede os desafios da fábrica de ônibus. O cotidiano e a vida interrompem de forma questionada os desígnios daqueles punhos de aço: Harold Nielson faz escrever para toda história sua trajetória e experiência á frente dos negócios e como parte de uma página da humanidade interrompe bruscamente os planos determinados para o futuro, isso em 1998. Abalada, a encarroçadora subitamente é administrada pela segunda geração da família Nielson e severas estratégias são decisivas para o novo caminhar.
Os novos design's - A Busscar faz diferença pelos roteiros do Brasil
Foto/Daniel Silva |
Acompanhando um processo de modernização nas linhas rodoviária e urbana , a proposta para 2002 é o resultado obtido com fortes traços e arrojado design: novos faróis dispostos na dianteira e traseira marcante com lanternas envolventes na linha Elbuss 320, 340 e Jumbuss 340, 360, 380 e 400. Para os ágeis micro-ônibus, a Busscar em parceria com a Mercedes-Benz trás o microbuss - menor modelo da família montado sobre o tradicional chassi Sprinter. O Mini micruss e o Micruss - oferta garantida para o transporte rápido das grandes cidades e deslocamentos de curtas distâncias urbanas e complementares. No fretamento e translado exclusivos, os menores ônibus da Busscar oferecem poltronas softs, versatilidades e aplicações positivas para transportes diferenciados.
Foto/Daniel Silva |
No ano seguinte como proposta para transporte de passageiros seletivos, apresenta o Vissta Buss HI e LO - uma gama de carrocerias que privilegiando rotas rodoviárias com serviços distintos como fretados e linha turismo alto luxo. O Panorâmico DD e o Jumbuss 400 são destacados para receber chassis da competente indústria nacional nas versões 6X2 e 8X2 - sofisticação máxima em matéria do principal condutor de passageiros coletivos.
Foto/Acervo |
Com um leque de opções, a Busscar integra seus produtos nas mais renomadas e importantes frotas de ônibus do país (exemplos como São Geraldo, Itapemirim, Gontijo, Jardinense, Nordeste e empresas sólidas do segmento). Balançada pelos constantes temporais econômicos e riscos dos negócios comerciais que o próprio país abocanhou (juros altos e períodos cíclicos do dólar), a Busscar é acometida por nervosos dias em sua produção industrial.
Celebrando seis décadas na fabricação exclusiva de ônibus
A Busscar é o sinônimo maior de todas as dificuldades. Com total credibilidade e apostando fielmente na condução de novos empreendimentos, a fabricante de carrocerias vai superando todas as fases e gradativamente recupera seu alicerce. Em 2005 com um novo portifólio, lança um novo desenho da carroceria para o fretamento e transporte de curtas distâncias (Interbuss) e a reestilização da linha Elbuss 320 e 340 - também com destaques a suavidade do design com a qualidade incorporada aos demais modelos da própria fábrica. Com a retomada das transações comerciais e o impulso agressivo da estabilidade econômica que o Brasil vive, a encarroçadora planeja novos planos com ênfase maior a exportação e estruturação a rede de representantes em território nacional. Para contemplar esta importante passagem das seis décadas produtivas em ônibus a marca apresenta o novo Urbanuss Ecoss.
Crise
A crise na encarroçadora realmente deixou uma lacuna em aberto na produção de ônibus do Brasil, era ou é uma empresa de qualidade excepcional, os materiais utilizados são de boa procedência, design moderno e evoluido, tanto que um Vissta Buss Elegance 360 é tão atual quanto um Irizar PB ou um Paradiso G7, que foram lançados depois. Aliado a isso a Busscar possui um enorme Know-How na produção de carrocerias, experiência que foi adquirida atráves dos anos e nos grandes investimentos em tecnologia.
Quando a crise começou pensava-se que fosse apenas especulação ou que fosse algo bem de leve, infelizmente a crise piorou e a empresa parou quase que totalmente a sua produção, vários pais de famílias foram demitidos sem salários e ou garantias trabalhistas. A bola de neve foi aumentando cada vez mais e está tudo muito velado, a Busscar não informa nada nem para o sindicato nem para os funcionários, isso realmente preocupa a todos e deixa os frotistas sem expectativas.
Pelo o que parece toda essa crise começou lá atrás, com a morte do Sr.Nielson que era o gestor da empresa e foi assumida pelos filhos, então quase como via de regra nesses casos, a Busscar entrou em decadência após a entrada de uma empresa de consultoria na administração da encarroçadora. É complicado chegar a uma conclusão certeira sobre o que realmente aconteceu com a empresa, se foi negligência dos herdeiros, se foi as sucessivas crises mundiais ou até mesmo uma situação adversa que acabou causando tudo isso.