Obra não contempla Ponte de Igapó

As obras de mobilidade planejadas para preparar Natal para receber os jogos da Copa do Mundo não chegarão à Ponte de Igapó. Segundo o secretário-adjunto de Transporte da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Haroldo Maia, a avenida Felizardo Moura ganhará faixas exclusivas para ônibus e ciclovias, mas os novos equipamentos não chegarão até a ponte. "A ampliação termina ainda na Felizardo Moura e não contempla a Ponte de Igapó, que é de responsabilidade do Dnit", explica Haroldo Maia.

Alex Régis

A Ponte de Igapó não receberá qualquer melhoria ou ampliação dentro do projeto de mobilidade urbana para a Copa de 2014

O secretário-adjunto da Semob explica que, caso a ideia fosse aumentar a capacidade da via, o ideal seria acrescentar mais uma faixa. Contudo, segundo a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura, as modificações na avenida Felizardo Moura são mais destinadas a organizar a via pública, com as faixas expressas para ônibus e as ciclovias. Na avaliação da Secretaria, não haverá prejuízo com a não inclusão da Ponte de Igapó. As mudanças teriam de ser pactuadas com o Dnit, que é o órgão federal responsável pelo trecho.

A avenida Felizardo Moura tem hoje 16 metros de largura e terá 30 metros ao serem inauguradas alterações iniciadas com as obras de mobilidade. Praticamente toda a expansão será dedicada à faixa exclusiva de ônibus e às ciclovias. São duas as faixas para carros hoje e continuarão a ser duas depois das intervenções. Contudo, com uma largura menor. Atualmente, as duas faixas têm sete metros de largura. Ao fim da expansão, as duas faixas dedicadas aos carros - excetuando-se os ônibus, que terão o seu próprio espaço - será de seis metros.

A diminuição poderia representar um risco de criação de um novo gargalo, com duas vias mais largas se afunilando justamente no início da ponte. Na avaliação do professor da UFRN, Enilson Medeiros, que trabalha com engenharia de transportes, essa possibilidade é "questionável". O professor explica que o problema dos engarrafamentos naquela região hoje é causado muito mais pelas vias que levam até a ponte do que a ponte em si. "As cabeceiras da ponte são o verdadeiro gargalo. Caso os problemas dessas vias sejam solucionados, pode aparecer alguma coisa na ponte. Mas isso depende de algumas variáveis, como por exemplo o fluxo em vias alternativas. A Ponte Newton Navarro é uma dessas vias", aponta.

Em outras palavras, parte dos veículos que hoje trafegam pela Felizardo Moura/Ponte de Igapó podem mudar de rota, a depender da infraestrutura em outras áreas, principalmente na Ponte Newton Navarro, que é a segunda porta de entrada e saída da zona Norte. "Hoje a velocidade praticada na Ponte de Igapó está em bom nível, o que pode acontecer com a melhoria do tráfego na Felizardo Moura e o afunilamento é uma diminuição dessa velocidade", acrescenta Enilson Medeiros.

A faixa exclusiva de ônibus é considerada pelo professor um ganho em termos de infraestrutura. "Hoje um dos problemas da Felizardo Moura é a quantidade de ônibus parados. Cada ônibus que interrompe uma via significa de 10 a 15 carros parados atrás. Então é um gargalo", aponta. O professor da UFRN diz que o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante também irá provocar mudanças no local, tanto na época da construção quanto no momento em que começar a operar. "Muitas pessoas vão passar a morar em São Gonçalo, haverá uma atração de pessoas por conta dos empregos", encerra.

DETALHES

Hoje, às 11h, o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura do município, Sérgio Pinheiro, concede entrevista coletiva para detalhar o cronograma de desapropriação para início das obras de mobilidade.

Fonte: Tribuna do Norte