Governo aposta no PAC para impulsionar economia
Lu Aiko Otta - Agência Estado
Brasília- O setor público brasileiro vai investir forte no ano que vem para fazer o crescimento da economia atingir a marca dos 5%, apesar da crise internacional. Esse foi o recado passado pelo governo ontem durante o 2º balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. "De novo, o PAC cumprirá um papel anticíclico", afirmou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Num quadro de incertezas, é papel do governo dar a sinalização ao setor privado, acrescentou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Marcello Casal Jr./ABr
A ministra escalou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para falar sobre tudo o que a estatal terá de adquirir nos próximos anos, um volume sem comparação no mundo. "Abre-se um leque de opções gigantesco para os fornecedores brasileiros", afirmou ele. "Temos um pacote de compras que vai movimentar a indústria brasileira e garantir, a cada ano, mais de um milhão de postos de trabalho", afirmou. A Petrobras tem investimentos inscritos no PAC que somam R$ 303,2 bilhões até 2014.
Com isso, o governo tenta se contrapor ao pessimismo que tomou conta do setor privado, que vem adiando planos de investimento. O clima negativo deverá ser reforçado com a divulgação do PIB no terceiro trimestre de 2011, que deverá ser próximo de zero. Nelson Barbosa repetiu que o governo poderá em breve rever para baixo a estimativa de crescimento deste ano, atualmente em 3,8%
Conforme antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo, os dados do PAC apresentados ontem mostram que, na parte que cabe ao governo federal, o programa se concentrou em pagar os restos contratados no governo Lula. Dos R$ 36,4 bilhões disponíveis no Orçamento de 2011 para o programa, só foram pagos até agora R$ 5,5 bilhões. No entanto, foram quitados de janeiro a meados de novembro R$ 16,1 bilhões dos chamados restos a pagar, que são despesas contratadas no governo anterior. Miriam insistiu, porém, que essas não são contas deixadas por Lula, pois as obras foram realizadas este ano.
O PAC é composto também por investimentos privados, de empresas estatais e de Estados e municípios. Tudo somado, a execução atingiu R$ 143,6 bilhões até setembro, ou 15% do previsto para os quatro anos do governo de Dilma Rousseff.
A ministra admitiu que, no que se refere aos investimentos do governo, inclusive os que não estão no PAC, houve uma redução este ano em comparação com 2010. "Eu reputo à mudança de governo", justificou. O valor investido pelos ministérios e pelas empresas estatais deverá atingir 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante 3,1% do PIB em 2010.
São Gonçalo entra na contabilidade
Brasília (AE) - Para minorar o caos antes das festas de fim de ano, o terminal remoto de passageiros do aeroporto de Guarulhos entrará em funcionamento entre os dias 15 e 20 de dezembro, antes de estar totalmente concluído. "Vai faltar um detalhe ou outro, mas a obra estará pronta", assegurou o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Atualmente, 83% dos trabalhos estão prontos. A nova área vai aumentar a capacidade de atendimento em 5,5 milhões de passageiros por ano. Ela terá áreas de check-in, embarque e desembarque, além de estabelecimentos comerciais e 600 vagas de estacionamento.
Rodrigo Sena
Além do terminal inacabado, o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentou como resultados da área aeroportuária a conclusão de quatro módulos operacionais provisórios, os chamados "puxadinhos". Eles estão em Goiânia, Vitória, Guarulhos e Campinas.
Outro resultado apresentado no balanço do PAC foi a concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), leiloado em agosto com ágio de 229%. O ministro evitou, porém, comprometer-se com uma data para a realização dos leilões de concessão dos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Brasília, os próximos da fila. Embora previstos para o dia 22 de dezembro, a tendência é que eles atrasem, pois os editais com as regras da licitação ainda estão em exame no Tribunal de Contas da União (TCU).
As minutas dos editais foram encaminhadas ao tribunal no dia 14 de outubro e desde então 27 funcionários ligados à secretaria estão à disposição dos técnicos do TCU para tirar dúvidas. Ainda assim, não há previsão de data para a conclusão da análise. "Se precisar fazer algum ajuste, faremos", disse Bittencourt. "Assim que for aprovado, o edital será publicado." No balanço anterior do PAC a previsão era que o edital estivesse publicado até 7 de novembro. Mesmo com o prazo estourado, a obra recebeu o carimbo de ritmo "adequado".
Empresariado tem receita para agilizar obras
Para a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o PAC poderia ganhar velocidade se o governo entregasse mais projetos à iniciativa privada por meio de concessões e parcerias público-privadas. Os investimentos do governo e do setor privado são "cruciais" para que a economia brasileira cresça 5% no ano que vem, disse Nelson Barbosa. O PAC é importante também para que seja mantida a trajetória de queda dos juros reais, afirmou. Isso porque os investimentos ampliam a capacidade produtiva do País, por isso permitem reduzir as taxas sem risco de pressão inflacionária. No início do governo Lula, informou ele, a taxa real oscilava entre 8% e 14%. Agora, está entre 4% e 8%.
Além de mais crescimento, Barbosa espera menos inflação em 2012, com uma taxa abaixo de 5% ao final do ano. São esperados reajustes menores nas commodities, em preços monitorados como energia elétrica e tarifas de ônibus, e também no etanol. Haverá também uma ajuda do IBGE, que vai rever no ano que vem a metodologia de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência no sistema de metas de inflação. Pelas estimativas do mercado, essa revisão poderá cortar a taxa em algo entre 0,1 ponto porcentual e 0,3 ponto porcentual.
Sacudido pelos escândalos, o Ministério dos Transportes passou um pente fino em seus contratos e revogou 18 licitações, das 50 que estavam em andamento. As demais foram suspensas, mas 15 delas serão retomadas ainda este ano. Com isso, informou o ministro Paulo Sérgio Passos, a execução das obras sofreu uma desaceleração transitória.
Fonte: Tribuna do Norte
Brasília- O setor público brasileiro vai investir forte no ano que vem para fazer o crescimento da economia atingir a marca dos 5%, apesar da crise internacional. Esse foi o recado passado pelo governo ontem durante o 2º balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. "De novo, o PAC cumprirá um papel anticíclico", afirmou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Num quadro de incertezas, é papel do governo dar a sinalização ao setor privado, acrescentou o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Marcello Casal Jr./ABr
A ministra escalou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para falar sobre tudo o que a estatal terá de adquirir nos próximos anos, um volume sem comparação no mundo. "Abre-se um leque de opções gigantesco para os fornecedores brasileiros", afirmou ele. "Temos um pacote de compras que vai movimentar a indústria brasileira e garantir, a cada ano, mais de um milhão de postos de trabalho", afirmou. A Petrobras tem investimentos inscritos no PAC que somam R$ 303,2 bilhões até 2014.
Com isso, o governo tenta se contrapor ao pessimismo que tomou conta do setor privado, que vem adiando planos de investimento. O clima negativo deverá ser reforçado com a divulgação do PIB no terceiro trimestre de 2011, que deverá ser próximo de zero. Nelson Barbosa repetiu que o governo poderá em breve rever para baixo a estimativa de crescimento deste ano, atualmente em 3,8%
Conforme antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo, os dados do PAC apresentados ontem mostram que, na parte que cabe ao governo federal, o programa se concentrou em pagar os restos contratados no governo Lula. Dos R$ 36,4 bilhões disponíveis no Orçamento de 2011 para o programa, só foram pagos até agora R$ 5,5 bilhões. No entanto, foram quitados de janeiro a meados de novembro R$ 16,1 bilhões dos chamados restos a pagar, que são despesas contratadas no governo anterior. Miriam insistiu, porém, que essas não são contas deixadas por Lula, pois as obras foram realizadas este ano.
O PAC é composto também por investimentos privados, de empresas estatais e de Estados e municípios. Tudo somado, a execução atingiu R$ 143,6 bilhões até setembro, ou 15% do previsto para os quatro anos do governo de Dilma Rousseff.
A ministra admitiu que, no que se refere aos investimentos do governo, inclusive os que não estão no PAC, houve uma redução este ano em comparação com 2010. "Eu reputo à mudança de governo", justificou. O valor investido pelos ministérios e pelas empresas estatais deverá atingir 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante 3,1% do PIB em 2010.
São Gonçalo entra na contabilidade
Brasília (AE) - Para minorar o caos antes das festas de fim de ano, o terminal remoto de passageiros do aeroporto de Guarulhos entrará em funcionamento entre os dias 15 e 20 de dezembro, antes de estar totalmente concluído. "Vai faltar um detalhe ou outro, mas a obra estará pronta", assegurou o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Atualmente, 83% dos trabalhos estão prontos. A nova área vai aumentar a capacidade de atendimento em 5,5 milhões de passageiros por ano. Ela terá áreas de check-in, embarque e desembarque, além de estabelecimentos comerciais e 600 vagas de estacionamento.
Rodrigo Sena
Além do terminal inacabado, o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentou como resultados da área aeroportuária a conclusão de quatro módulos operacionais provisórios, os chamados "puxadinhos". Eles estão em Goiânia, Vitória, Guarulhos e Campinas.
Outro resultado apresentado no balanço do PAC foi a concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), leiloado em agosto com ágio de 229%. O ministro evitou, porém, comprometer-se com uma data para a realização dos leilões de concessão dos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Brasília, os próximos da fila. Embora previstos para o dia 22 de dezembro, a tendência é que eles atrasem, pois os editais com as regras da licitação ainda estão em exame no Tribunal de Contas da União (TCU).
As minutas dos editais foram encaminhadas ao tribunal no dia 14 de outubro e desde então 27 funcionários ligados à secretaria estão à disposição dos técnicos do TCU para tirar dúvidas. Ainda assim, não há previsão de data para a conclusão da análise. "Se precisar fazer algum ajuste, faremos", disse Bittencourt. "Assim que for aprovado, o edital será publicado." No balanço anterior do PAC a previsão era que o edital estivesse publicado até 7 de novembro. Mesmo com o prazo estourado, a obra recebeu o carimbo de ritmo "adequado".
Empresariado tem receita para agilizar obras
Para a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o PAC poderia ganhar velocidade se o governo entregasse mais projetos à iniciativa privada por meio de concessões e parcerias público-privadas. Os investimentos do governo e do setor privado são "cruciais" para que a economia brasileira cresça 5% no ano que vem, disse Nelson Barbosa. O PAC é importante também para que seja mantida a trajetória de queda dos juros reais, afirmou. Isso porque os investimentos ampliam a capacidade produtiva do País, por isso permitem reduzir as taxas sem risco de pressão inflacionária. No início do governo Lula, informou ele, a taxa real oscilava entre 8% e 14%. Agora, está entre 4% e 8%.
Além de mais crescimento, Barbosa espera menos inflação em 2012, com uma taxa abaixo de 5% ao final do ano. São esperados reajustes menores nas commodities, em preços monitorados como energia elétrica e tarifas de ônibus, e também no etanol. Haverá também uma ajuda do IBGE, que vai rever no ano que vem a metodologia de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência no sistema de metas de inflação. Pelas estimativas do mercado, essa revisão poderá cortar a taxa em algo entre 0,1 ponto porcentual e 0,3 ponto porcentual.
Sacudido pelos escândalos, o Ministério dos Transportes passou um pente fino em seus contratos e revogou 18 licitações, das 50 que estavam em andamento. As demais foram suspensas, mas 15 delas serão retomadas ainda este ano. Com isso, informou o ministro Paulo Sérgio Passos, a execução das obras sofreu uma desaceleração transitória.
Fonte: Tribuna do Norte
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