Mudanças no passe livre

Por Heitor Bezerra - CNBUS



Desde semana passada, usuários notaram algumas modificações na integração temporal, conhecida como passe livre, em que agora o tempo mínimo de integração é de 10 minutos, mantendo o tempo máximo, que é de 1 hora, medida essa que é para tentar inibir a ação de janeleiros, pessoas que vendem passagem usando cartões eletrônicos (normalmente Vale Transporte ou Gratuidade), a passagem de R$ 1,50 e que em algumas vezes, faz integração, algo que na realidade não acontece.

Mas segundo Helckton Fernandes, estudante do IFRN, a quantidade de janeleiros só fez aumentar no shopping Midway Mall, mesmo após a adoção dessa medida do tempo mínimo, algo em que na prática não impediu a ação dos mesmos.

O grande problema disso são os usuários, em que os mesmos reclamam da qualidade do transporte público, colaboram diretamente, e indiretamente, para a baixa qualidade do serviço de transporte, simplesmente comprando passagens nas mãos daqueles que vendem passagem a baixo valor, ao invés de pagarem passagens oferecidas pelas empresas. Com a adoção dessas medidas, feitas pelos usuários, empresas deixam de investir na melhoria da qualidade do transporte coletivo, como compra de ônibus novos e mais confortáveis, além disso outros investimentos deixarão de existir, com pouca circulação de receita nas empresas prestadoras.

ENTENDA O PASSE LIVRE
O Passe Livre surgiu para substituir as estações de transferência durante a gestão atual (Micarla de Souza), dando mais opções ao passageiro usar qualquer parada para completar o trajeto usando 2º ônibus, sem custo adicional, durante o intervalo de uma hora após pagar a passagem usando cartão eletrônico (Estudante, Vale Transporte e Passe Fácil).

Apesar do passe fácil facilitar o deslocamento de passageiros, ele trouxe alguns problemas para o usuário, como o tempo de integração, em que para alguns é insuficiente, além disso trouxe consigo os "Janeleiros", pessoas que usam cartões eletrônicos para vender passagens em paradas, a preço abaixo do praticado e que normalmente faz integração, quando o cartão é passado em outro ônibus.

SETURN DE OLHO
O Seturn está atenta em relação aos problemas dos "Janeleiros" e orienta as empresas que dispõe Vale Transporte aos trabalhadores rastrear e verificar se o cartão está sendo usado corretamente pelo trabalhador. Se o Vale Transporte for indevidamente utilizado (e até mesmo ser vendido para outras pessoas), o empregado poderá ser demitido por justa causa. Medida esta em que inibe a prática dos maus usuários, mas acaba refletindo também em alguns usuários, que não praticam essa ilegalidade, por conta desses usuários que colaboram para a degradação do transporte coletivo.

Medida semelhante está sendo usada na Trampolim da Vitória, em que a empresa programou os validadores em que os cartões Vale Transporte somente seriam passados uma vez, no mesmo ônibus, a cada meia hora, tempo suficiente para o ônibus em algumas linhas completar meia viagem, garantindo assim a individualidade do Vale Transporte, direito este em que o trabalhador tem para se deslocar para o trabalho.

Portanto, vale sempre a pena pensar que cada medida, adotada por nós, usuários, reflete diretamente na qualidade do transporte coletivo. Vamos fazer o uso mais consciente do mesmo.

Fonte: CNBUS