Sem transporte, sem escola
Cerca de 3 mil estudantes da rede estadual não conseguem ir às aulas porque há pendências na licitação do serviço
Por Francisco Francerle
Após sofrerem os prejuízos da greve dos professores, que prejudicou 80 dias do ano letivo, cerca de 3 mil alunos da rede estadual estão em pleno mês de agosto sem poder frequentar a sala de aula porque dependem do serviço de transporte escolar e a Secretaria Estadual de Educação (Seec) ainda não regularizou a prestação do serviço, que é terceirizado, devido a problemas na licitação. Segundo a secretaria, cinco escolas de ensino médio e fundamental em Natal dependem hoje do serviço de transporte escolar.
Por morarem longe da escola e para não perder o ano letivo, alguns desses alunos se aventuram em ir a pé à escola, caminhando até uma hora e meia, outros conseguem ir de bicicleta e até de carona. Mas todos passam pelo risco de sofrer assalto ou alguma violência pelas ruas, como já tem acontecido. A reportagem do Diário de Natal fez o contato na manhã de ontem com três desses estabelecimentos, as escolas Peregrino Júnior e Walter Duarte Pereira, na Zona Norte e a Djalma Marinho, em Cidade Satélite, e constatou que o problema tem atingido a cerca de 2.200 alunos apenas nessas escolas.
Na Escola Estadual Peregrino Júnior, no conjunto Santa Catarina, na Zona Norte de Natal, de um total de 1.500 alunos, cerca de 1.300 dependem do transporte escolar. Há alunos que residem a até 30 quilômetros da escola. "São os casos dos alunos que moram nas proximidades do Parque Industrial de Extremoz, que dependem diretamente desse ônibus para chegar aqui porque não existem linhas de transporte urbano", explica o vice-diretor da escola Paulo Sérgio Fonseca.
Outro número considerável de alunos moram no Vale Dourado e no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. Estes ainda conseguem ir à escola de bicicleta ou de carona. O aluno Érick Kleber Fernandes, 16, que cursa o 1º ano do Ensino Médio, disse que vai para a escola a pé porque sua mãe não tem condições de comprar uma bicicleta. Residindo no final do Vale Dourado, já na divisa com o município de Extremoz, a aluna Iasmin Bentoprefere não levar o celular, pois já roubaram colegas seus durante o percurso até a escola. "Infelizmente não consigo ir todos os dias porque dá preguiça e cansaço em andar uma hora", disseram eles.
Na Escola Estadual Walter Pereira, no conjunto Santa Catarina, o problema está atingindo 250 alunos que residem no Vale Dourado, Jardim Progresso e outras comunidades que fazem divisa com o município de Extemoz. A diretora Maria Selma do Nascimento Paiva disse que já perdeu vários alunos que já trancaram matrícula porque não acreditam que possam mais recuperar o ano. "Em muitos casos as mães trabalham e não têm condições de vir deixar o filho na escola devido a grande distância e preferem retirar da escola já que não podem dispor do transporte", relata Selma.
Na Escola Estadual Djalma Aranha Marinho, a situação é apenas um pouco diferente. Como a escola não fez greve, o serviço do transporte escolar parou no mês de maio. A maioria dos alunos vem dos bairros do Planalto e Guarapes e muitos têm que andar até quatroquilômetros para pegar o ônibus. A falta de transporte escolar na Djalma Marinho atinge cerca de 80% dos 705 alunos matriculados. Lá, 589 alunos estão sendo prejudicados com a falta do transporte escolar.
Atualmente, a escola está funcionando com uma média de frequência de cinco alunos em turmas de 30. "Estamos sempre recebemos ligações de pais aflitos com a situação dos filhos. Mas, não podemos fazer nada porque o serviço depende diretamente de uma licitação que é feita pela Secretaria Estadual de Educação", disse o vice-diretor da Djalma Marinho, Franklim Marques.
Consultado pela reportagem, o coordenador da área de licitações Oswaldo Neto, disse que o problema foi ocasionado devido a mudanças no procedimento que foram necessárias para evitar erros no percurso dos ônibus. "Por isso, estamos visitando as escolas e refazendo todo o percurso do transporte para corrigirmos excessos". Ele prevê que o serviço deverá retornar em um prazo máximo de dez dias.
Fonte:Diário do Natal
Por Francisco Francerle
Após sofrerem os prejuízos da greve dos professores, que prejudicou 80 dias do ano letivo, cerca de 3 mil alunos da rede estadual estão em pleno mês de agosto sem poder frequentar a sala de aula porque dependem do serviço de transporte escolar e a Secretaria Estadual de Educação (Seec) ainda não regularizou a prestação do serviço, que é terceirizado, devido a problemas na licitação. Segundo a secretaria, cinco escolas de ensino médio e fundamental em Natal dependem hoje do serviço de transporte escolar.
Para frequentar a escola, a solução é apelar para a bicicleta ou caminhar Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
Por morarem longe da escola e para não perder o ano letivo, alguns desses alunos se aventuram em ir a pé à escola, caminhando até uma hora e meia, outros conseguem ir de bicicleta e até de carona. Mas todos passam pelo risco de sofrer assalto ou alguma violência pelas ruas, como já tem acontecido. A reportagem do Diário de Natal fez o contato na manhã de ontem com três desses estabelecimentos, as escolas Peregrino Júnior e Walter Duarte Pereira, na Zona Norte e a Djalma Marinho, em Cidade Satélite, e constatou que o problema tem atingido a cerca de 2.200 alunos apenas nessas escolas.
Na Escola Estadual Peregrino Júnior, no conjunto Santa Catarina, na Zona Norte de Natal, de um total de 1.500 alunos, cerca de 1.300 dependem do transporte escolar. Há alunos que residem a até 30 quilômetros da escola. "São os casos dos alunos que moram nas proximidades do Parque Industrial de Extremoz, que dependem diretamente desse ônibus para chegar aqui porque não existem linhas de transporte urbano", explica o vice-diretor da escola Paulo Sérgio Fonseca.
Outro número considerável de alunos moram no Vale Dourado e no bairro de Nossa Senhora da Apresentação. Estes ainda conseguem ir à escola de bicicleta ou de carona. O aluno Érick Kleber Fernandes, 16, que cursa o 1º ano do Ensino Médio, disse que vai para a escola a pé porque sua mãe não tem condições de comprar uma bicicleta. Residindo no final do Vale Dourado, já na divisa com o município de Extremoz, a aluna Iasmin Bentoprefere não levar o celular, pois já roubaram colegas seus durante o percurso até a escola. "Infelizmente não consigo ir todos os dias porque dá preguiça e cansaço em andar uma hora", disseram eles.
Na Escola Estadual Walter Pereira, no conjunto Santa Catarina, o problema está atingindo 250 alunos que residem no Vale Dourado, Jardim Progresso e outras comunidades que fazem divisa com o município de Extemoz. A diretora Maria Selma do Nascimento Paiva disse que já perdeu vários alunos que já trancaram matrícula porque não acreditam que possam mais recuperar o ano. "Em muitos casos as mães trabalham e não têm condições de vir deixar o filho na escola devido a grande distância e preferem retirar da escola já que não podem dispor do transporte", relata Selma.
Na Escola Estadual Djalma Aranha Marinho, a situação é apenas um pouco diferente. Como a escola não fez greve, o serviço do transporte escolar parou no mês de maio. A maioria dos alunos vem dos bairros do Planalto e Guarapes e muitos têm que andar até quatroquilômetros para pegar o ônibus. A falta de transporte escolar na Djalma Marinho atinge cerca de 80% dos 705 alunos matriculados. Lá, 589 alunos estão sendo prejudicados com a falta do transporte escolar.
Atualmente, a escola está funcionando com uma média de frequência de cinco alunos em turmas de 30. "Estamos sempre recebemos ligações de pais aflitos com a situação dos filhos. Mas, não podemos fazer nada porque o serviço depende diretamente de uma licitação que é feita pela Secretaria Estadual de Educação", disse o vice-diretor da Djalma Marinho, Franklim Marques.
Consultado pela reportagem, o coordenador da área de licitações Oswaldo Neto, disse que o problema foi ocasionado devido a mudanças no procedimento que foram necessárias para evitar erros no percurso dos ônibus. "Por isso, estamos visitando as escolas e refazendo todo o percurso do transporte para corrigirmos excessos". Ele prevê que o serviço deverá retornar em um prazo máximo de dez dias.
Fonte:Diário do Natal
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