Acidentes: 27% envolvem jovens
Por Valdir Julião Repórter da Tribuna do Norte
statísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam que 26,76 % dos acidentes nas BRs do Rio Grande do Norte envolvem jovens com idade de 18 a 25 anos. O levantamento feito entre janeiro a julho de 2011 mostra que dos 2.313 acidentes ocorridos em sete rodoviais federais, 619 envolviam motoristas com essa faixa etária.
Outro dado das estatísticas da PRF, apontam que em relação ao total de número de mortes, que foram 107 nos 2.313 acidentes, os jovens de 18 a 25 anos eram 13 ou 12,15 % do total de mortos.
A BR-101 é a rodovia federal com maior número de acidentes - 1.332 -, dos quais 410 envolviam jovens com aquele perfil. O número total de mortos foi de 25 e os de jovens cinco.
A maioria dos jovens envolvidos em acidentes dirigia automóveis (372) ou motocicletas (150). Um dado importante é que a ingestão de bebida alcoólica não está entre as principais causas dos acidentes, aparece apenas em quinto lugar, com 28 motoristas que admitiram ter feito "ingestão de álcool".
As causas principais de acidentes, segundo o relatório da PRF, são "falta de atenção" (232), "outras" (174), "não guardar distância de segurança" (95), e "desobediência à sinalização" (38).
O inspetor da PRF, Everaldo Morais, diz, "na verdade os acidentes por embriaguez repercutem mais porque são acidentes graves e que têm um apelo social emocional, mas não é o principal motivo de acidentes".
Segundo Morais, o principal motivo "é a falta de cumprimento de norma de segurança", como ilustra bem, no trecho urbano da BR-101 bastante colisões traseiras, em virtude de os motoristas não guardaram a distância necessária de um carro para outro: "Andar muito colado no veículo que segue á frente é uma negligência que o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) estabelece".
Para Morais, "quando um motorista abre mão de uma regra de segurança, tem mais chance de se envolver em acidentes", como as colisões frontais, que respondem graves acidentes e de consequencias negativas, porque alguém ultrapassou onde não podia: "A postura do condutor é decisiva para a ocorrência de acidentes".
As estatísticas da PRF ainda mostra que o maior número de jovens mortos em acidentes de trânsito envolvem o piloto ou garupeiro de motocicletas, "devido a própria vulnerabilidade desse tipo de veículo".
Morais diz também que 45% dos mortos nas estradas federais são de pessoas que estão em veículos de duas rodas. Entre janeiro e junho deste ano foram dez mortos,de um total de 13, sendo oito em motos, uma em motoneta e outra morte num ciclomotor. Morais diz que a facilidade na aquisição em virtude do valor, contribui para a proliferação de motos, principalmente no interior, por causa da "baixa capacidade de fiscalização do Estado para cumprir o que reza o Código de Trânsito".
Metade dos que chegam ao HWG tem entre 14 e 28 anos
O Núcleo de Vigilância em Saúde (Nuvisa) do Hospital Walfredo Gurgel (HWG) vem realizando um levantamento sobre o número de vítimas de acidentes com politraumatismo que entre no pronto-socorro e, de acordo com estatísticas de junho deste ano, de um total de 438 vítimas, a maior parte é de jovens - 207, na faixa etária dos 14 aos 29 anos ou seja 47,2 %. Desse total, 44 são mulheres e 163 homens. A coordenadora deste trabalho é a médica Rosângela Morais, a qual disse que o levantamento ainda está sendo detalhas, por isso não tem dados precisos sobre as ocorrências. Contudo, ela disse que os índices de acidentes preocupam bastante, porque "atingem pessoas que estão numa idade produtiva", além de de que elas são vítimas de acidentes que deixam sequelas e um custo muito alto para o país. "Essas pessoas voltam e são internadas diversas vezes", afirmou ela.
Algumas das vítimas que chegam ao pronto-socorro não entram nas estatísticas da PRF porque os acidentes ocorreram em estradas municipais ou estaduais. Caso do adolescente Ivanildo Medeiros, 15 anos, que foi vítima de um acidente de motocicleta em Parelhas, na região do Seridó. Ivanildo Medeiros admite que não tinha habilitação para pilotar moto, assim como a adolescente que pilotava outra moto e colidiu com a dele. Ao lado do pai, Ivanilson Medeiros, ele reconhecia que estava errado e, enquanto se convalesce de uma cirurgia na perna esquerda, apela para que se faça fiscalização no município, cortado pela BR-226, principalmente na estrada de acesso à cidade: "Lá, não existe bafômetro".
O pai Ivanilson Medeiros diz que muita gente usa moto porque é um transporte barato, mas disse que muitos consomem bebida alcoólica ou dirige em alta velocidade, provocando acidentes.
A questão de jovens vítimas de acidentes foi levantada, no fim de semana, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal, por proposição do vereador Heráclito Noé (PPS), que cobrou estatísticas mais precisas por parte das autoridades de trânsito, "com identificação dos locais e horários em que os acidentes ocorrem com mais frequência. Um estudo estatístico aprofundado e a interação dos órgãos de trânsito com a área da saúde e da educação seria essencial para a criação de políticas públicas efetivas e contínuas", defende o vereador.
O inspetor da PRF, Flávio Maia, apresentou as estatísticas dos acidentes nas rodovias federais, reforçando a necessidade de fazer mais campanhas educativas sobre o tema. "Seja no combate à mortalidade, no combate ao álcool no volante ou no combate às infrações".
Fonte: Tribuna do Norte
statísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam que 26,76 % dos acidentes nas BRs do Rio Grande do Norte envolvem jovens com idade de 18 a 25 anos. O levantamento feito entre janeiro a julho de 2011 mostra que dos 2.313 acidentes ocorridos em sete rodoviais federais, 619 envolviam motoristas com essa faixa etária.
Outro dado das estatísticas da PRF, apontam que em relação ao total de número de mortes, que foram 107 nos 2.313 acidentes, os jovens de 18 a 25 anos eram 13 ou 12,15 % do total de mortos.
A BR-101 é a rodovia federal com maior número de acidentes - 1.332 -, dos quais 410 envolviam jovens com aquele perfil. O número total de mortos foi de 25 e os de jovens cinco.
A maioria dos jovens envolvidos em acidentes dirigia automóveis (372) ou motocicletas (150). Um dado importante é que a ingestão de bebida alcoólica não está entre as principais causas dos acidentes, aparece apenas em quinto lugar, com 28 motoristas que admitiram ter feito "ingestão de álcool".
As causas principais de acidentes, segundo o relatório da PRF, são "falta de atenção" (232), "outras" (174), "não guardar distância de segurança" (95), e "desobediência à sinalização" (38).
O inspetor da PRF, Everaldo Morais, diz, "na verdade os acidentes por embriaguez repercutem mais porque são acidentes graves e que têm um apelo social emocional, mas não é o principal motivo de acidentes".
Segundo Morais, o principal motivo "é a falta de cumprimento de norma de segurança", como ilustra bem, no trecho urbano da BR-101 bastante colisões traseiras, em virtude de os motoristas não guardaram a distância necessária de um carro para outro: "Andar muito colado no veículo que segue á frente é uma negligência que o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) estabelece".
Para Morais, "quando um motorista abre mão de uma regra de segurança, tem mais chance de se envolver em acidentes", como as colisões frontais, que respondem graves acidentes e de consequencias negativas, porque alguém ultrapassou onde não podia: "A postura do condutor é decisiva para a ocorrência de acidentes".
As estatísticas da PRF ainda mostra que o maior número de jovens mortos em acidentes de trânsito envolvem o piloto ou garupeiro de motocicletas, "devido a própria vulnerabilidade desse tipo de veículo".
Morais diz também que 45% dos mortos nas estradas federais são de pessoas que estão em veículos de duas rodas. Entre janeiro e junho deste ano foram dez mortos,de um total de 13, sendo oito em motos, uma em motoneta e outra morte num ciclomotor. Morais diz que a facilidade na aquisição em virtude do valor, contribui para a proliferação de motos, principalmente no interior, por causa da "baixa capacidade de fiscalização do Estado para cumprir o que reza o Código de Trânsito".
Metade dos que chegam ao HWG tem entre 14 e 28 anos
O Núcleo de Vigilância em Saúde (Nuvisa) do Hospital Walfredo Gurgel (HWG) vem realizando um levantamento sobre o número de vítimas de acidentes com politraumatismo que entre no pronto-socorro e, de acordo com estatísticas de junho deste ano, de um total de 438 vítimas, a maior parte é de jovens - 207, na faixa etária dos 14 aos 29 anos ou seja 47,2 %. Desse total, 44 são mulheres e 163 homens. A coordenadora deste trabalho é a médica Rosângela Morais, a qual disse que o levantamento ainda está sendo detalhas, por isso não tem dados precisos sobre as ocorrências. Contudo, ela disse que os índices de acidentes preocupam bastante, porque "atingem pessoas que estão numa idade produtiva", além de de que elas são vítimas de acidentes que deixam sequelas e um custo muito alto para o país. "Essas pessoas voltam e são internadas diversas vezes", afirmou ela.
Algumas das vítimas que chegam ao pronto-socorro não entram nas estatísticas da PRF porque os acidentes ocorreram em estradas municipais ou estaduais. Caso do adolescente Ivanildo Medeiros, 15 anos, que foi vítima de um acidente de motocicleta em Parelhas, na região do Seridó. Ivanildo Medeiros admite que não tinha habilitação para pilotar moto, assim como a adolescente que pilotava outra moto e colidiu com a dele. Ao lado do pai, Ivanilson Medeiros, ele reconhecia que estava errado e, enquanto se convalesce de uma cirurgia na perna esquerda, apela para que se faça fiscalização no município, cortado pela BR-226, principalmente na estrada de acesso à cidade: "Lá, não existe bafômetro".
O pai Ivanilson Medeiros diz que muita gente usa moto porque é um transporte barato, mas disse que muitos consomem bebida alcoólica ou dirige em alta velocidade, provocando acidentes.
A questão de jovens vítimas de acidentes foi levantada, no fim de semana, durante uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal, por proposição do vereador Heráclito Noé (PPS), que cobrou estatísticas mais precisas por parte das autoridades de trânsito, "com identificação dos locais e horários em que os acidentes ocorrem com mais frequência. Um estudo estatístico aprofundado e a interação dos órgãos de trânsito com a área da saúde e da educação seria essencial para a criação de políticas públicas efetivas e contínuas", defende o vereador.
O inspetor da PRF, Flávio Maia, apresentou as estatísticas dos acidentes nas rodovias federais, reforçando a necessidade de fazer mais campanhas educativas sobre o tema. "Seja no combate à mortalidade, no combate ao álcool no volante ou no combate às infrações".
Fonte: Tribuna do Norte
Tags:
Notícias