Dívida da Busscar Ônibus aumenta R$ 99 milhões

Crescimento ocorreu durante os dez meses de recuperação judicial do grupo

Imagem disponibilizada no portal: Blog do Caminhoneiro
A dívida da Busscar Ônibus aumentou R$ 99 milhões entre 31 de outubro de 2011 e setembro de 2012 – período em que a empresa estava em processo de recuperação judicial.

Esta dívida adicional se refere a débitos trabalhistas, com fornecedores e tributários, diz o administrador judicial do caso Rainoldo Uessler. Na prática, nestes dez meses, a Busscar teve custos R$ 99 milhões maiores do que o faturamento e só piorou seu desempenho.

No caso de venda, em leilão, dos ativos do grupo Busscar, serão pagos por primeiro todos os credores, independentemente da categoria, até o limite destes R$ 99 milhões. Estes têm precedência até sobre o crédito trabalhista anterior à data da intervenção – que era estimado em R$ 113 milhões.

Reinaldo Schroeder, presidente do Sindicato dos Plásticos de Joinville, argumenta que esta situação "apenas demonstra que a falência da Busscar não interessava aos trabalhadores e vai, sim, trazer prejuízo para eles". A dívida total da Busscar, hoje, soma R$ 1,27 bilhões.

Perito vai avaliar bens

O administrador judicial Rainoldo Uessler já pediu à Justiça a nomeação de um perito para fazer a avaliação dos bens das empresas do grupo: Busscar Ônibus, Tecnofibras e Climabuss.

O pedido deve ser analisado pelo juiz que assumir o comando da 5ª Vara Cível de Joinville na de segunda-feira – a vara está sem juiz oficial e funciona por meio de rodízio.

— Quatro empresas já me procuraram e manifestaram interesse prévio para disputar os ativos da Tecnofibras em futuro leilão. São duas companhias brasileiras, uma norte-americana e outra italiana.

Ele informou que também há interessados na Climabuss. Uessler acredita ser possível colocar estas duas empresas em leilão "até junho de 2013". Segundo o administrador judicial, ambas compõem a fatia saudável do grupo, e possuem boas perspectivas de negociação pois os faturamentos estão subindo.

De novembro de 2011 a setembro, a Tecnofibras e HVR Automotiva tiveram faturamento 44% maior que o obtido na média anterior à decretação da falência do grupo. Tecnofibras e Climabuss estão sob o acompanhamento de Uessler há dois meses.

Fonte: Zero Hora